quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Mick Fanning vence em Peniche, coloca a mão na taça e acaba com sonho brasileiro

Australiano supera Durbidge e disputará título com Joel Parkinson em Pipeline, em dezembro. Classificação à final garante o bicampeonato

Mick Fanning (à esquerda) levanta o troféu
Com a campanha arrasadora de Joel Parkinson no início da temporada, parecia que o Circuito Mundial de Surfe teria um campeão inédito em 2009. Mas, a partir da sexta etapa, quando venceu pela terceira vez no ano, o também australiano Mick Fanning resolveu acordar e lutar pelo título de bicampeão. Faltando apenas uma etapa para o fim do campeonato, Parko ainda tem chances, mas seu compatriota de 28 anos colocou a mão na taça. Nesta quarta-feira, Mick deslizou com propriedade nas ondas de Peniche, em Portugal, e subiu novamente no lugar mais alto do pódio. Agora, o campeão de 2007 vai a Pipeline em vantagem na luta para buscar o bi.

A vitória de Fanning em Portugal acabou com o sonho do brasileiro Adriano de Souza, o Mineirinho, de ser campeão mundial. Ele foi eliminado nas oitavas de final e só tinha chances matemáticas de conseguir o feito se o australiano não chegasse à final em Peniche e se Joel Parkinson não subisse ao lugar mais alto do pódio.

Os compatriotas Fanning e Parko disputam o título na última etapa do ano, em Pipeline, no Havaí, de 8 a 20 de dezembro. Fanning soma 7.140 pontos no ranking, contra 6.772 do rival, terceiro colocado em Peniche. O tropeço de Parko antes das semifinais havaianas garantirá o bicampeonato mundial a Fanning. Porém, se este chegar a final, conquista o título, independente de qualquer resultado.

- Foi um grande resultado. O Joel ganhou três das primeiras cinco etapas, e eu precisava de uma boa recuperação no fim do ano. Consegui isso. Agora, vai ser muito empolgante a caminho de Pipe - afirmou Fanning.

Parkinson não escondeu a decepção com a derrota na semifinal, mas se disse satisfeito por se manter na disputa até a última etapa.

- Estou um pouco desapontado, mas no geral, fiquei feliz ao fim do evento. Terminar em terceiro ainda me mantém lá em cima, na luta pelo título - explicou.

Caminho tranquilo até à final

Pelo caminho, Fanning teve de enfrentar dias de mar agitado em Peniche. Por outro lado, passou por todos os seus adversários sem muita dificuldade. Na semifinal desta quarta-feira, o australiano nem precisou cair na água, já que o seu adversário, o jovem Owen Wright, também da Austrália, desistiu da disputa por causa de uma lesão.

Na outra semi, também entre australianos, sobrou equilíbrio. Parkinson conseguiu um 7,17 e um 6,10, mas foi superado por Bebe Durbidge, que arrancou um 7,33 e um 7,27 nas últimas ondas e fechou o placar em 14,60 a 13.27.

Motivado, Durbidge também complicou a final com Fanning, que finalmente enfrentou resistência na etapa. O líder do ranking levou a melhor na disputada bateria com 6,67 e 6,00, somando 12,67 nas ondas que variavam entre 1m e 1,5m na manhã desta quarta. Durbidge somou 9,87, após tirar 4,27 e 5,60.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Duke Kahanamoku, o pai do surf moderno





Aloha amigos,

Quando cheguei ao Hawaii, pela primeira vez, em 1972, ainda não existia o surf profissional e a maior honra que um surfista podia ter era ser convidado para o Duke Kahanamoku Invitational Surfing Championship, realizado em Sunset Beach em ondas enormes. Os principais surfistas da Austrália, Califórnia África do Sul e Hawaii eram convidados para esse magnífico evento.

Em 72, morei no Hawaii com Peter Townend, Ian Cairns e Mark Warren, todos eles australianos e me lembro do Peter mostrando o convite do Duke, que era tão importante quanto ser convidado para o Eddie Aikau hoje em dia. Só os surfistas renomados e os ícones nas ondas grandes podiam sonhar em participar.

Alguns anos mais tarde, ainda na década de 70, tive a oportunidade de shapear pranchas para o Michael Ho, Hans Hedemann e Buzzy Kerbox, precursor do tow in em Maui com Laird Hamilton. Nessa ocasião quando tive a honra de fazer suas pranchas, Michel Ho ficou em 2° no campeonato do Duke, o que me deixou super orgulhoso e emocionado. Posteriormente, Michael Ho foi bi-campeão, com títulos em 78 e em 81.

Duke (1890-1968) foi o pai do surf moderno. Era um excelente atleta e campeão olímpico de natação nos anos 20. Quando foi à Austrália competir, levou sua prancha de surf e mostrou aos locais uma nova de deslizar sobre as ondas. Assim também fez na Europa e na Califórnia. A partir de então, o mundo passou a conhecer um esporte mágico, até então quase que exclusivo dos havaianos e milhares de novos adeptos surgiram pelas praias com suas pranchas de madeira.

Na famosa praia havaiana de Waikiki tem uma enorme estátua do Duke e de sua prancha, onde eu e diversos turistas não perdemos a oportunidade de fazer uma foto de recordação. Além da estátua, as grandes avenidas no Hawaii, bem como inúmeros estabelecimentos levam o seu nome em homenagem.

Duke Kahanamoku é o orgulho de toda a cultura dos havaianos e esse ano, quando fui ao leilão das pranchas raras, vi algumas pranchas e pertences do Duke. A mala de viagens dele foi adquirida por um amigo meu, o Johnny da Strong Current.

Fica aqui a minha grande admiração por Duke Kahanamoku e pela cultura havaiana.

Aloha e boas ondas
Editor: Rico de Sousa